Pesquisador do A.C.Camargo Cancer Center publica artigo que discute os papéis da mamografia e da ressonância magnética
A ressonância magnética é reconhecidamente a modalidade de exame de imagem mais precisa para o rastreamento do câncer de mama em mulheres com alto risco. Mas a mamografia não seria também necessária nessa população?
As formas de detecção desse tipo de tumor foram discutidas no artigo Breast Cancer Screening In High-Risk Women: is MRI Alone Enough? (Rastreio do Câncer de Mama em Mulheres com Alto Risco: a Ressonância Magnética é Suficiente?).
Trata-se de um editorial publicado na revista científica Journal of the National Cancer Institute, da Universidade de Oxford, cuja coautoria é de Almir Bitencourt, médico titular do Departamento de Imagem do A.C.Camargo Cancer Center.
Instituições de peso como a National Comprehensive Cancer Network e a Sociedade Americana do Câncer, por exemplo, recomendam a realização de uma ressonância magnética da mama anual para mulheres que integram o grupo de alto risco, que devem ser feitas a partir dos 25 anos de idade, no máximo a partir dos 30.
Além da ressonância, a diretriz dessas instituições prevê que as mulheres se submetam também à mamografia, a partir dos 30 anos.
Alto risco de câncer de mama
Mulheres com os seguintes fatores de risco têm maior chance de desenvolver câncer de mama: quem carrega o histórico de radioterapia torácica entre 10 e 30 anos; portadoras de mutações BRCA e suas parentes de primeiro grau; portadoras da síndrome de Li-Fraumeni e outras síndromes de predisposição de alto risco; chance de câncer de mama igual ou superior a 20%, com base em modelos de avaliação de risco como a hereditariedade.
Afinal, a ressonância é suficiente?
“Como a ressonância apresenta maior sensibilidade para o diagnóstico de câncer de mama, alguns trabalhos mais recentes sugerem que a mamografia acrescenta pouco ao rastreamento em alguns subgrupos”, afirma o Dr. Almir Bitencourt.
“Por exemplo, o estudo de Chiarelli et al. demonstrou que a mamografia não apresenta benefício nas pacientes abaixo de 40 anos”, complementa o especialista, em referência à pesquisa Performance Measures of Magnetic Resonance Imaging Plus Mammography in the High Risk Ontario Breast Screening Program, publicada na mesma revista.
Além disso, a ressonância é um método preferível de rastreamento nessa faixa etária, pois não emite radiação.
“Nas pacientes com idade mais avançada, especialmente de 50 a 69 anos, continua sendo importante associar a ressonância à mamografia”, avisa Almir Bitencourt.
Novos estudos devem ser realizados para garantir a melhor estratégia de rastreamento para essa população.
Para conferir o artigo completo (em inglês), clique aqui.