Ser eficaz no processo de alta hospitalar é um procedimento beneficente a todos os envolvidos – pacientes, instituição de saúde, operadoras e prestadores de serviço. Entenda-se como eficiência a capacidade de liberar o paciente internado no momento certo e da maneira correta, tendo como premissa sua segurança. No A.C.Camargo Cancer Center, um repertório de boas práticas assistenciais voltadas para esse objetivo sempre fez parte da rotina da Instituição e ganhou ainda mais força com a criação, em maio, do Núcleo de Desospitalização, dentro da Gerência Técnica Operacional.
De acordo com Viviany Bozza, da Gerência Técnica Operacional, o Núcleo de Desospitalização é composto por profissionais da Enfermagem da Unidade de Internação. "A atuação do grupo vai ao encontro de questões enfrentadas no cotidiano da maioria dos hospitais e, principalmente, de um Cancer Center como o A.C.Camargo, que lida com situações de alta complexidade, cuja demanda de pacientes cresce mais rápido do que a possibilidade de ampliação do número de leitos", informa. Para ter uma ideia, a taxa média de ocupação de leitos de segunda a sexta-feira na Instituição está acima de 93%. Portanto, adiar a alta do paciente já em condições de ser liberado significa aumentar o tempo de espera de quem aguarda internação para uma cirurgia, por exemplo. Outra questão são os custos: se além do necessário, podem onerar o sistema de saúde como um todo.
Sinergia do time
O trabalho do Núcleo de Desospitalização envolve equipes médicas, operadoras, prestadores de serviços, pacientes e familiares. Uma das medidas a serem tomadas foi a implementação da visita multidisciplinar em conjunto com a Oncologia Clínica, que passou a ter médicos titulares em todos os andares das Unidades de Internação (UIs). "Com base no plano terapêutico e na avaliação dos pacientes realizada nessas visitas diárias, são definidas as decisões de alta", afirma Claudia Nogueira, do Núcleo de Desospitalização. Nesse contexto, há pacientes liberados sem necessidade de cuidados especiais e os que precisarão de procedimentos em casa, como curativos, fisioterapia ou serviços de home care.
A conscientização de familiares e pacientes sobre os benefícios da alta no tempo certo é outra frente de trabalho do Núcleo de Desospitalização. A atuação começa no primeiro dia de internação com a gradativa orientação do acompanhante, que, em geral, assumirá os cuidados pós-alta.
Parceria com a operadora
Na etapa inicial do processo da alta, a primeira medida do Núcleo de Desospitalização é verificar se a solicitação do serviço à operadora de saúde do paciente foi preenchida corretamente. Além disso, faz contato direto com a empresa com o objetivo de cumprir todas as medidas necessárias para agilizar as solicitações, com o envio de todos os documentos. No caso de um paciente liberado com home care, por exemplo, o prestador de serviço que vem ao centro oncológico para avaliá-lo é recebido por um profissional do Núcleo de Desospitalização, com o suporte necessário.
Também há situações em que a operadora libera parte da solicitação do médico – por exemplo, autoriza o oxigênio e a fisioterapia em domicílio, mas não cobre os medicamentos. Em um caso como esse, o profissional do Núcleo de Desospitalização verifica com o médico se é possível dar alta ao paciente com somente o liberado. Caso contrário, dialoga-se com a família para saber se ela assume o que não faz parte da cobertura do convênio. Além disso, também dá apoio para o cumprimento do horário da alta médica e mantém contato na fase pós-alta hospitalar ao se colocar à disposição para solucionar eventuais dúvidas relativas aos cuidados com o paciente.