Uma das maiores preocupações em qualquer instituição de saúde é o controle e o tratamento de infecções, que são as doenças causadas por vírus, bactérias, protozoários e fungos. No A.C.Camargo Cancer Center, esse cuidado é ainda maior, já que no paciente oncológico, via de regra, o sistema de defesa do organismo está comprometido, seja pela própria doença, seja pelo tratamento.
Nesse contexto, é responsabilidade de todo profissional de saúde que atua no cuidado aos pacientes evitar infecções, mas, acima de tudo, essa é a preocupação maior do médico infectologista. Para esse especialista, a atenção constante é no sentido de auxiliar na prevenção, diagnóstico e tratamento das doenças infecciosas. Ele contribui ainda para a definição de protocolos específicos para o tratamento, como o uso de antibióticos, imunização (vacinas) e prevenção de infecções. Salientando que a medida mais importante de todas é a correta higienização das mãos antes e após o contato com cada paciente.
Para celebrar a atuação desse profissional, a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) instituiu o dia 11 de abril como o Dia do Infectologista. A data foi escolhida por ter sido o dia de nascimento do médico Emílio Ribas, pioneiro da especialidade no Brasil e um dos responsáveis por disseminar no país a preocupação com o controle de infecções, ainda no início do século XX.
Olhar o paciente como um todo é fundamental no dia a dia, explica o diretor do Departamento de Infectologia e coordenador do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) do A.C.Camargo, Ivan França, que ressalta a importância da atuação conjunta do infectologista a outras áreas na avaliação e no tratamento dos pacientes. "No exame clínico, podemos entender se já existe algum foco de infecção que deve ser acompanhado, indicar o tratamento mais adequado para cada paciente, levando em consideração seu quadro clínico e epidemiológico, bem como recomendar medidas preventivas, como a aplicação de vacinas".
Comumente o câncer deixa o paciente debilitado e altera o seu sistema imunológico, o que facilita a ocorrência de infecções. Os tratamentos de combate à doença, como quimioterapia, também podem provocar essa fragilidade, além de outros procedimentos, como o uso de cateteres venosos por longos períodos. "Partimos sempre do princípio de que todos os nossos pacientes são imunocomprometidos e esses fatores requerem muito cuidado e atenção de nossa parte. Em um ambiente como um hospital dedicado ao tratamento de câncer, é fundamental a atuação do infectologista para garantir os melhores resultados possíveis no controle e no combate a infecções", ressalta.
Dr. Ivan Leonardo Avelino França e Silva - CRM 93300
Diretor do Departamento de Infectologia
Coordenador do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH)