Realizar a primeira mamografia aos 40 anos ou antes, se necessário antecipar a idade do primeiro exame, por que alguns casos de câncer de mama também ocorrem em mulheres jovens, o que significa a sigla BI-RADS que aparece em todos os exames das mamas, o que são mamas densas, o que são calcificações, quando associar um exame ao outro, quais são os tipos de biópsias e por que diagnosticar cedo a doença aumenta as chances de cura. Estas e outras possíveis dúvidas do público serão esclarecidas por mastologistas (oncologistas especializados no tratamento de câncer de mama) e radiologistas do A.C.Camargo durante a edição de março do Encontro com Especialistas. Gratuito e aberto ao público, o evento acontece na terça, 12, às 17h30.
Sob coordenação da diretora de Mastologia, Maria do Socorro Maciel, o evento abrirá com palestra que destacará – com linguagem simples – a evolução do tratamento personalizado de câncer de mama e quanto o sucesso no tratamento, cirúrgico, radioterápico ou quimioterápico, está diretamente relacionado ao estádio de descoberta da doença. "Quando descobrimos a doença logo no começo, é possível adotarmos procedimentos clínicos menos invasivos, com menos efeitos colaterais – tanto físicos quanto emocionais –, oferecendo assim melhor qualidade de vida para a paciente e, em mais de 80% dos casos, conseguimos a eliminação por completo da doença", destaca a mastologista.
Os principais exames para diagnóstico de câncer de mama são:
Mamografia - Exame padrão-ouro, adotado no A.C.Camargo desde os anos 70, visa diagnosticar lesões com baixa dose de irradiação e analisar as glândulas mamárias e as regiões axilares. "O exame é adotado em forma de rastreamento populacional a partir dos 40 anos em mulheres que não apresentam sintomas para detectar câncer em estágio inicial não palpável, quando a taxa de cura é muito alta. Também é indicada para avaliar eventuais alterações clínicas como palpação de nódulo ou qualquer modificação nas mamas", destaca a radiologista e coordenadora do Serviço de Mamografia do A.C.Camargo, Elvira Ferreira Marques.
Ressonância magnética - Exame que propicia imagens detalhadas dos órgãos internos que, ao receberem ondas de rádio, respondem de formas diferentes ao calor e se "denunciam" no exame. No A.C.Camargo desde 2000, é utilizado para várias indicações, como estudos do cérebro, ossos e articulações, mamas e órgãos abdominais como o fígado, o útero, os ovários, o reto e a próstata. Esse exame pode ser utilizado como primeira forma de diagnóstico em algumas situações ou para complementar avaliações iniciadas com outros métodos de imagem como raios X, tomografia computadorizada, ultrassonografia e mamografia.
PET-CT - Equipamento introduzido no Brasil em 2001 pelo A.C.Camargo que permite a sobreposição de imagens para a realização de um exame não invasivo e que fornece dados detalhados sobre o tumor. No início, o PET e o CT eram equipamentos separados e hoje eles compõem uma única estrutura capaz de fornecer, em apenas 30 minutos, cerca de 1.500 imagens em 3D de todo o corpo do paciente. O PET-CT é indicado para a maioria dos tipos de tumores, já que é capaz de produzir resultados precisos e eficazes em mais de 95% dos casos oncológicos e, por isso, inclusive redirecionar as condutas de tratamento em mais de 30% das situações, como, por exemplo, tipo e dosagem das drogas aplicadas por quimioterapia ou até mesmo as aplicações de radioterapia. Para realizar o exame, o paciente recebe uma pequena concentração de glicose radioativa, totalmente segura (FDG) injetada pela veia. Após isso, ele é posicionado no equipamento para a captação de imagens. Esse procedimento tem a duração de 30 minutos e, concluído o exame, o paciente está liberado para retomar as suas atividades.
PEM - Mamógrafo por Emissão de Pósitron (PEM, na sigla em inglês), equipamento que é uma espécie de PET-CT, com a diferença de que o PEM é desenhado exclusivamente para examinar as mamas. O A.C.Camargo é responsável por introduzir a técnica no Brasil inicialmente em protocolo de pesquisa – em andamento – com o propósito de obter a validação da utilização do equipamento no país e assim mostrar os benefícios de incluí-lo na prática clínica. No decorrer de um ano, pacientes serão avaliadas pelo PEM e os resultados serão comparados com os obtidos pelos demais métodos de imagem das mamas, casos de mamografia, ressonância magnética e PET-CT de corpo todo. Diferentemente da mamografia e da ressonância magnética, esse tipo de aparelho mostra, além da localização dos nódulos, a atividade metabólica das lesões, o que pode ajudar a distinguir as benignas das malignas.
Ultrassonografia - Método de diagnóstico por imagem minimamente invasivo, que não utiliza radiação ionizante, permitindo a visualização de imagens dinâmicas e não possui efeitos nocivos ao organismo. A formação da imagem é realizada pela emissão de ondas sonoras que são refletidas ao atingir os tecidos. Esses ecos refletidos são processados e forma-se a imagem. Realizada no A.C.Camargo desde o início da década de 1980, permite o diagnóstico rápido e o acompanhamento de tratamentos.
Biópsias - Procedimentos que são guiados por ultrassom e/ou tomografia computadorizada. O A.C.Camargo realiza biópsias percutâneas (biópsia de fragmento e mamotomia) por meio do equipamento estereotáxico digital, o qual é também utilizado para localizações pré-operatórias de lesões não palpáveis com ancoramento de fio metálico (agulhamento) ou com a injeção de radiofármaco "Radioguided Occult Lesion Localization" (ROLL) e marcação de linfonodo sentinela.
LEVANTAMENTO RESSALTA DIAGNÓSTICO PRECOCE - Em levantamento inédito, o A.C.Camargo, por meio do Núcleo de Mastologia e Laboratório de Estatísticas, aponta que 8 a cada 10 pacientes diagnosticadas na Instituição descobriram o câncer de mama cedo (in situ, estádio I e estádio II). Já o diagnóstico em fase intermediária (estádio III) ocorreu em 15% dos casos e apenas 5% descobriram a doença em fase avançada (estádio IV). Ao todo, participaram do levantamento 2.600 pacientes diagnosticadas e tratadas para tumores de mama.
O principal benefício do diagnóstico precoce pode ser conferido nos índices de sobrevida. Após 5 anos de tratamento, 97% das pacientes diagnosticadas em estádio I estão vivas, 80% (estádio II), 49% (estádio III) e apenas 6% das que descobriam em estádio IV estão vivas após os mesmos 5 anos. Foram diagnosticados tumores malignos em mulheres de 24 a 96 anos, com idade média de 52 anos. Cerca de 15% dos diagnósticos ocorreram em mulheres abaixo dos 40 anos.
Ser mulher é uma Arte - Integrando a programação especial do Mês da Mulher, o A.C.Camargo anuncia campanha Ser mulher é uma Arte, Prevenir-se é um talento, que incentiva o engajamento das mulheres por meio da difusão das informações sobre câncer que estão sendo publicadas ao longo de março nos perfis oficiais da Instituição no Facebook e Twitter. As três seguidoras que mais curtirem e compartilharem o conteúdo serão premiadas com um kit de maquiagem da Sephora. Para compor a linguagem visual dessa campanha, foram produzidas quatro ilustrações que remetem à prevenção de câncer de mama inspiradas nos movimentos Pop Art, Modernismo, Cubismo e Renascentismo.
Mastologistas e radiologistas esclarecem dúvidas sobre os exames que ajudam a descobrir o câncer de mama no início
Publicado em: 11/03/2013 - 21:03:00
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